segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Suco do Fruto.

Olho para trás e tento encaixar certas coisas no hoje.
Sem surpresa.
O ser humano funciona por analogia, deve ser este o ciclo que estamos presos.
Consigo ver.
A realidade é que o tempo é cruel de mais.
Além disto, ele se recicla.
É como se você fosse obrigado a vivenciar a mesma situação, num looping em que os atores mudam.
E você é a peça sem substituto.
Eu não quero provar nada de novo.
Só quero o suco do fruto que sei que gosto.
Eu sei o gosto, e o depois do gosto.
Não quero a cópia da cópia da cópia.
(Engraçado escrever e pensar “eu já escrevi isso”, mesmo que com outras palavras).
Eu quero aqueles olhos me julgando.
Aquele corpo brilhando.
Aquele corpo quente sob minhas mãos.
Aquilo, que não vou ter mais.
Apenas imitações genéricas.
O amor não existe, é aquela mentira que foi dita vezes demais.
Qual é o substituto?
Para a dor que gosto de sentir.

O amor não existe, é só uma cópia da síndrome de Estocolmo.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Palhaçada.

Contente-se.
Por ser isto.
A junção de um intenso sentimento de falta.
Com uma profunda vontade.
Unidos por um barbante vagabundo de inércia.
Ou friccionados brutamente por mãos desesperadas.
Perdidas. 
Estas são as esperanças.
Com o andar da carruagem, fito as rodas a rolar, e ouço o ranger de cada solavanco.
Pacientemente.
O problema é nunca alcançar o destino.
Este que nem sei qual é.
Não era pra eu ter algum tipo de claridade ao alcançar?
Ou estou à espera do que nunca irá acontecer?
Encenando o mesmo roteiro sem sentido, uma vez encima da outra?
Luz no picadeiro, o palhaço vai arrancar seus pulmões, com as gargalhadas de uma vida errônea.
As lágrimas do palhaço fazem um bocado de sentido, afinal.
Rá!

domingo, 10 de maio de 2015

Mude.

A realidade é a de que: Nunca será fácil.
Para que algo se adapte para o que você espera que seja, é preciso haver quebras.
Mudanças.
Dano.
A questão que se contrapõe é: Deveria eu exigir isto?
Teria eu, ser moribundo que sou, o mínimo de legitimidade para requerer tais alterações?
A resposta nunca me vem positiva.
A verdade nunca me fica doce na boca.
Amargor.
Da bile que se forma, ao provar o que se esperava que seria o néctar.
Esperanças escorridas pelo ralo do acontecimento.
Caia.
Levante.
Repita.
Eis-me aqui.
Esgotado de presenciar, falha após falha.
Uma longa espera, apenas para ver ruir.
Até que se desista.
Existe a tal da “luz no fim do túnel”?
Ou estaria aprisionado no “fundo do poço”?
A vida se encarrega do futuro.
Estamos todos amaldiçoados com o fardo do destino.
Num frio e solitário desalento.
“Eu gosto do peso sob meus ombros”.
Cada vez menos.
Cada vez pior.
Quando vai vir?
O você que faça rir?
Uma dança-da-cadeira, sem assento.
Rodando em volta do nada.
Ou sentando, só para se desmantelar no chão.
É plausível ter de escolher entre a derrota e a rendição?
Perguntar nem sempre implica numa resposta.
E eu continuo a revisitar a mesma condição.
Mudar – A palavra permanece.
As ações, são as mesmas.
Eu aceito a insanidade, Einstein.
De bom grado. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Hypothesis.

Hipóteses.
Nos carregam por caminhos diferentes.
Veredas traiçoeiras.
Atalhos perigosos.
Longas trilhas seguras.
Me pergunto qual delas seria a certa.
Pra chegar até você.
Pra te ouvir sorrir.
Pra ouvir uma música, enquanto você bate o pé.
Praquele domingo preguiçoso onde - por hipótese alguma - se quer sair da cama.
A imaginação vai, e não volta.
Se perde, em meio do sem fim de imagens de ti.
Comigo.
É assim.
Todo.
Hipotético.
Talvez: sim, ou não?

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Errado.

Erros.
Na vida passamos pelos erros.
Ou são eles que passam por cima de nós?
Implacáveis.
Da próxima vez que me perguntarem qual o sentido da vida, ou o que é a vida em sí.
Eis minha resposta: Um universo de erros.
Erros nos fazem aprender.
Nos fazem lamentar.
Na busca incansável do acerto.
O que é certo? 
É errar.
Resta o conformismo, de que se errou, mesmo querendo acertar.
Que importância tem?
"De boas intenções o inferno está cheio."
Porem, o que permanece.
Nas memórias das pessoas, é a falha.
A impotência nos azucrina, com sua sentença zombeteira.
O tempo cuida pra que, no meio do caminho, exista uma pausa.
Entre um erro e outro.
Achamos uma ou outra certeza.
A não ser que seja tarde.
Pra errar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Aquele lá.

Um sorriso sincero, estampado na cara.
Daqueles que você meio que se envergonha.
Quando se lembra.
Do fato.
O ato, de não se conter.
E perder.
(A sanidade)
Toda pose.
Pra te pegar.
E te beijar.
Aquele.
Que o equilíbrio se esvai.
Aquele lá.
Daquela junção de sensações.
Do toque no seu cabelo, de sua boca incansável, da sua voz sussurante (que pede), do seu cheiro... Incomparável.
É daquele que eu lembro.
É aquele que eu sempre vou querer...
Saudosos dias de festa, em que festa estive.
Pra guardar na mente como modelo.
E dos dias felizes, eu trago um vislumbre de felicidade, ao hoje.
"Que foi?" - Me perguntam.
"Nada".
(Tudo).

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Conflagrado.

Na escuridão de meu quarto.
É o momento de ausência de luz, que me ilumina.
Mesmo sem a luz, onde existe um grande reflexo.
Reflexão.
Onde eu me procuro.
Buscando me achar, dentro de mim.
Às cegas, na base do tato.
Paladar, olfato, audição.
Através de sentidos, atrás de sentimento.
Teria meu sangue perdido tanto calor?
Ao ponto de congelar meu coração?
Talvez um "Eu", demasiado importante para dar importância ao nós?
Se não sei se sei o que sou, poderia saber se seremos nós?
Mesmo quando tua presença me conflagra, seria prudente que eu usasse deste casco de pedra, pra me manter seguro?
Ou eu deveria queimar?
O casco.
Ou você?